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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Lazer, o que nossas cidades não têm

Piazza, Itália
Quando o assunto é lazer o Brasil fica lá atrás. O seu folclore não expressa cultura erudita, mas um entulho de oportunismo para alegrar os analfabetos. O carnaval, por exemplo, é uma repetição de alegoria e ritmos que dão penas, uma baixaria, uma pobreza de espíritos.  Você gostaria de passar uma noite ouvindo mestres de maracatus a sambar? Duvido que não, eles introjetaram o seu cotidiano nas prosas, por sinal, muito restrito e pobre, nos versos capengas de suas sambadas. Eles fazem prosas recitando os nomes daqueles que podem os auxiliar na compra de bebidas alcoólicas.  Quer outro exemplo, as quadrilhas de São João, com repetição ano-a-ano de querelas sem graça alguma, os noivos, o padre, alavantur, anarrier, ridículo, o que é isso matuto? Os folclores brasileiros, o folclore nordestino, ficaram presos a um círculo vicioso por falta de cultura da sua gente. Não tem um improviso exuberante, não sabem sair das mesmices, um desespero ao representar cenas de artes populares. Orquestras, coros, quartetos, tenores de óperas, peças teatrais, tudo muito apreciado na Europa e que não têm vez aqui no Brasil. Tardes de domingo são reservadas para assistir jogos de futebol nos estádios, e raramente ir a um show em praça pública animado por bandas medíocres executando músicas brasileiras líricas: forró, sertanejo, samba e brega. O futebol na Europa é muito prestigiado, mas não tira os asfixionados do folclore culto. Já enjoei dessas festas nordestinas, não têm mais graça, já não me cativa, nem ligo para me ausentar de seus festejos, não têm conotação alguma na minha vida, não me dão mais prazer, são as mesmas de sempre, sofríveis e mal-cheirosas. Onde na Europa é um fenômeno espontâneo com muitos adeptos, no Brasil não têm vez, eles sumiram no tempo, hoje restrito a poucas capitais brasileiras. A classe média sente a falta de seus lazeres prediletos e que lhe dão prazer de viver uma vida emocionante. Porém, os prefeitos e os governadores não querem gastar o dinheiro público para deleitar uma minoria privilegiada, eles dizem que não há retorno de votos visto que a classe média é uma pequena minoria, em seu lugar eles preferem shows de bandas brasileiras populares para obter a maioria dos votos de seu eleitorado pobre e analfabeto. Uma coisa não atrapalha a outra, o orçamento devia ser participativo com votação de todos os interessados, afinal esperamos uma mudança de atitudes nas secretarias de cultura das prefeituras do Brasil e fazer desse País uma nação onde todos têm vez, são assistidos pelos poderes públicos quanto ao seu estilo de lazer e poderem votar em políticos capazes e que carregam bagagem intelectual como um modo salutar de gestão pública. As tardes de domingo tem algum significado para você? Os políticos necessitam ensinar, fazer valer sua vontade à classe menos culta e aos mascates, mostrar a eles que sua arte é mesquinha e repugnante, e que precisam ser educados e orientados pelo poder público para o bem do Brasil. Editor PGAPereira.       

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