Piazza, Itália |
Quando o assunto é lazer o Brasil
fica lá atrás. O seu folclore não expressa cultura erudita, mas um entulho de
oportunismo para alegrar os analfabetos. O carnaval, por exemplo, é uma
repetição de alegoria e ritmos que dão penas, uma baixaria, uma pobreza de
espíritos. Você gostaria de passar uma
noite ouvindo mestres de maracatus a sambar? Duvido que não, eles introjetaram
o seu cotidiano nas prosas, por sinal, muito restrito e pobre, nos versos
capengas de suas sambadas. Eles fazem prosas recitando os nomes daqueles que
podem os auxiliar na compra de bebidas alcoólicas. Quer outro exemplo, as quadrilhas de São João,
com repetição ano-a-ano de querelas sem graça alguma, os noivos, o padre, alavantur, anarrier, ridículo, o que é isso matuto? Os folclores brasileiros,
o folclore nordestino, ficaram presos a um círculo vicioso por falta de cultura
da sua gente. Não tem um improviso exuberante, não sabem sair das mesmices, um
desespero ao representar cenas de artes populares. Orquestras, coros,
quartetos, tenores de óperas, peças teatrais, tudo muito apreciado na Europa e
que não têm vez aqui no Brasil. Tardes de domingo são reservadas para assistir
jogos de futebol nos estádios, e raramente ir a um show em praça pública animado
por bandas medíocres executando músicas brasileiras líricas: forró, sertanejo,
samba e brega. O futebol na Europa é muito prestigiado, mas não tira os
asfixionados do folclore culto. Já enjoei dessas festas nordestinas, não têm
mais graça, já não me cativa, nem ligo para me ausentar de seus festejos, não
têm conotação alguma na minha vida, não me dão mais prazer, são as mesmas de
sempre, sofríveis e mal-cheirosas. Onde na Europa é um fenômeno espontâneo com
muitos adeptos, no Brasil não têm vez, eles sumiram no tempo, hoje restrito a
poucas capitais brasileiras. A classe média sente a falta de seus lazeres
prediletos e que lhe dão prazer de viver uma vida emocionante. Porém, os
prefeitos e os governadores não querem gastar o dinheiro público para deleitar
uma minoria privilegiada, eles dizem que não há retorno de votos visto que a
classe média é uma pequena minoria, em seu lugar eles preferem shows de bandas
brasileiras populares para obter a maioria dos votos de seu eleitorado pobre e
analfabeto. Uma coisa não atrapalha a outra, o orçamento devia ser participativo
com votação de todos os interessados, afinal esperamos uma mudança de atitudes nas
secretarias de cultura das prefeituras do Brasil e fazer desse País uma nação
onde todos têm vez, são assistidos pelos poderes públicos quanto ao seu estilo
de lazer e poderem votar em políticos capazes e que carregam bagagem
intelectual como um modo salutar de gestão pública. As tardes de domingo tem
algum significado para você? Os políticos necessitam ensinar, fazer valer sua
vontade à classe menos culta e aos mascates, mostrar a eles que sua arte é
mesquinha e repugnante, e que precisam ser educados e orientados pelo poder
público para o bem do Brasil. Editor PGAPereira.
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