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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Deputados aprovaram o Estatuto de Desarmamento

Deputados aprovaram em uma comissão especial na Câmara, nesta terça-feira (27/10), a flexibilização do Estatuto de Desarmamento. O relatório aprovado por 19 votos favoráveis e oito contrários, entre outros pontos, diminui de 25 para 21 anos a idade mínima para que um cidadão possa comprar armas. Pela proposta aprovada, deputados e senadores poderão andar armados e pessoas que respondem a inquérito policial ou processo criminal poderão ter posse e porte de arma de fogo. Ainda é preciso votar os destaques para que o texto seja então levado a plenário. O substitutivo do deputado Laudívio Carvalho (PMDB-MG), um dos 293 integrantes da Frente Parlamentar da Segurança Pública, estende o porte de armas em horário de trabalho a agentes de trânsito e de medidas socioeducativas. De acordo com o texto, "estando a arma registrada, o seu proprietário terá o direito de mantê-la e portá-la, quando municiada, exclusivamente no interior dos seus domicílios residenciais, de suas propriedades rurais e dependências destas e, ainda, de domicílios profissionais, ainda que sem o porte correspondente". Além de estender o porte de arma de fogo a deputados e senadores, o texto permite que policiais legislativos da Câmara e do Senado andem armados em aviões quando realizando escolta de parlamentares.  Segundo o relatório final, o porte de armas passa a ter validade de dez anos, enquanto hoje é preciso renová-lo a cada três anos. O texto prevê ainda que o cadastro de armas seja gratuito. O registro e a autorização do porte de armas, hoje tarefas exclusivas da Polícia Federal, passam a ser exercidos também por órgãos de Segurança dos Estados e do Distrito Federal, segundo o texto de Carvalho. "Ampliar o acesso às armas vai trazer mais assassinatos e não reduzir o número de homicídios no País" criticou o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ). Em seu relatório, Laudívio Carvalho diz que a revisão do Estatuto do Desarmamento está "restabelecendo o direito universal à posse de armas de fogo". O parlamentar foi escolhido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Conservador, Cunha tem pautado temas polêmicos que agradam às bancadas "BBB" (bala, bíblia e boi), respectivamente as bancadas da bala, evangélica e ruralista. Com isso, Cunha garante apoio desses grupos suprapartidários. O peemedebista enfrenta uma ação no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar que pode levar à cassação de seu mandato.  "A interferência do Estado na esfera privada e na conduta individual dos seus cidadãos há de ter limite. Não pode o Estado sobrepor-se à autonomia da vontade do cidadão, individual e coletivamente, tornando-se o grande tutor. Na verdade, um tirano", diz o relatório. "Na relação custo-benefício, que os marginais conhecem muito bem, os crimes se tornaram mais intensos e cruéis diante de uma sociedade sabidamente desarmada, acoelhada e refém dos delinquentes, que passaram a ser protegidos por uma lei que a eles permite tudo, aos cidadãos de bem, nada.” “Viva a paz para quem? Uma paz unilateral, na qual a cidadania é desarmada para que os bandidos possam agir 'em paz'?", questiona o parlamentar. "É como sucessivos governos, incapazes de prover a segurança pessoal e patrimonial dos homens de bem, tivessem feito um pacto com a criminalidade, em uma estranha e inexplicável associação, para tirar dos cidadãos o último recurso para sua defesa pessoal e patrimonial, a arma de fogo". Editor Paulo Gomes de Araújo Pereira. 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Celpe e as ligações clandestinas

A Celpe declarou guerra às ligações clandestinas. O plano para coibir o furto de energia prevê investimentos de R$ 100 milhões este ano, destinados à instalação de redes inteligentes de distribuição de energia com o uso de novas tecnologias. As ações preveem a inspeção de cerca de 130 mil unidades consumidoras em várias localidades da Região Metropolitana do Recife (RMR), onde os furtos acontecem com maior frequência. Hoje as perdas de energia no sistema elétrico estimadas pela companhia totalizam 145 gigawatts/hora, (GWh), o que equivale à capacidade de geração para suprir o consumo de uma cidade como Garanhuns, com 136 mil habitantes, durante o período de um ano.  Foram mapeadas pela Celpe as áreas onde ocorrem as ligações clandestinas. Na localidade onde é identificada a prática de “macacos” está sendo instalada a fiação blindada. Neste novo sistema, os condutores de energia sem isolamento são envolvidos por uma placa de aço, dificultando o acesso pelos fraudadores. Outra medida que está sendo adotada é a elevação a oito metros da rede de baixa tensão em relação ao solo, para dificultar que pessoas não autorizadas subam nos postes. Associado ao novo tipo de rede com proteção, a Celpe utiliza a nova tecnologia de medição, com o acompanhamento à distância do consumo do cliente. Se for identificado o furto, a distribuidora poderá agir imediatamente, desligando o fornecimento de energia e deslocando uma equipe de fiscalização para o local. “Se o medidor foi violado, soa um alarme e o sistema é imediatamente desligado”, diz Luis Jorge Lira Neto, superintendente de Recuperação de Crédito e Perdas da Celpe. Ele explica que as ações de combate às ligações clandestinas têm como meta a regularização de 10 mil imóveis com o consumo clandestino de energia até dezembro deste ano. Está prevista a instalação de 134 quilômetros de novas redes isoladas e 40 mil medidores remotos. O executivo da Celpe lembra que o furto de energia envolve questões de segurança, porque as ligações clandestinas colocam em risco a população, que fica exposta aos acidentes.  Questionado sobre a localização das fraudes, Lira Neto disse que as perdas e os furtos de energia acontecem em todas as áreas, mas existem alguns nichos de ligações clandestinas. “Com a crise econômica, se intensificam os casos de furtos, mas estamos monitorando e agindo para combater as perdas”, salienta. Atualmente, a perda comercial da distribuidora com o furto de energia é de 7%. Com o projeto piloto realizado no Alto do Céu, em Olinda, foi possível reduzir as perdas de energia e a inadimplência, porque o corte é realizado por controle remoto.  Antes de entrar numa área para fazer a troca da rede elétrica, a equipe da Celpe faz uma visita à comunidade para explicar os riscos das ligações clandestinas e pedir a colaboração da população para denunciar a prática ilegal. É bom ficar atento porque o furto de energia é considerado crime pelo Código Penal brasileiro, cuja pena varia de dois a oito anos de prisão. Editor Paulo G. A. Pereira.