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sábado, 30 de julho de 2011

A Lenda de Auriga


Fred Schaaf e pgaPereira
     Entre os famosos entes mitológicos no céu de dezembro Perseus, Andrômeda e sua família, Órion, os gêmeos Gemini – existe um personagem cuja identificação mantém-se incerta. O enigma é Auriga, o cocheiro. Há um forte candidato para a identidade da figura humana representada nas estrelas de Auriga, mas esta pessoa mitológica não é um dos melhores personagens conhecidos. Ele é Erechtheus, um antigo e lendário rei de Athens. O debate sábio sobre ele foi enormemente mistificado em vista da confusão sobre seu nome e seu local na profissão de reis. Por exemplo, ele pode ter sido duas figuras diferentes na lenda: o quarto ou quinto rei de Athens e seu neto, o sexto ou sétimo rei. De acordo com este cálculo reconhecidamente confuso, foi o avô- Erechtheus I –que se tornou memorizado em Auriga. Uma confusão posterior é que tanto erectheus I quanto Erectheus II são às vezes chamados Erichthonius, um nome que também pertence a um rei de Dardânia que possuía 3.000 dos mais rápidos cavalos do mundo, criados do Vento do Norte.
     A concepção e infância de Erechtheus I foram estranhas até pelos padrões da mitologia grega. A história decorre que Poseidon enganou Hephaestus, o ferreiro coxo dos deuses, ao imaginar que Atenas queria que o ferreiro se apaixonasse por ela. Quando a casta Atenas chegou a verificar alguns assuntos com Hephaestus, ele tentou desonrrá-la. A deusa foi capaz de resistir a seu ataque, mas durante o encontro Hephaestus “deixou cair sua semente” – que caiu do céu para fertilizar Gáia, a Terra. O filho que Gáia deu a luz foi Erechtheus, mas até esta mais generosa matrona recusou cuidar de uma criança tão mal concebida. Athenas, todavia, tomou piedade e criou Erechtheus – embora em segredo, de modo que seu adversário Poséidon não o descobrisse e zombasse dela.
     Enquanto Erechtheus era ainda criança Atenas o pôs em uma cesta e o instruiu aos cuidados das três filhas de Cecrops (as quais reclamaram que ele era o segundo rei de Athens). Estas garotas eram chamadas Agulauros, Herse e Pandrosos. Vários contos narram sobre os seus destinos, mas de acordo com um conto em nossa história, duas das meninas desobedeceram à ordem estrita de Atenas de não entrar na cesta. Embora Pandrosos resistisse incitar a olhar, as outras a fixaram e viram uma criança que parecia está se enroscando em um rolo de cobras – que na realidade era a cauda da cobra de Erechtheus deformada. Elas foram instantaneamente amarradas com fúria a horrível visão e arremessadas as suas mortes (destinos) do topo da Acrópole.
      Após Erechtheus ter crescido aos cuidados de Atenas, ele veio a ser rei de Atenas ao destituir Amphictyon, que incidentalmente, foi o primeiro a chamar a cidade de Athens. Também se diz de Erechtheus que ele iniciou a adoração a Atenas e foi o primeiro a ensinar os homens a arte de trabalhar a prata. Talvez uma realização até maior fosse sua (lenda) invenção da carruagem, para que – finalmente, o ponto de toda a história – ele foi identificado como a figura do cocheiro nos céus estrelados. Mas existem muitos outros pretendentes ao título de Auriga. Entre os mais interessantes estão Phaethon, que dirigiu a carruagem do Sol num dia com resultados desastrosos, e Bellerophon, que montou Pegasus quando ele tentou matar Chimera, um monstro de três cabeças.
     Realmente, a figura celeste de um homem em uma carruagem ou carroça, ou somente uma carruagem, parece antedatar os gregos clássicos e ter sido adotado por eles do Meio-Leste. Em seu livro Star Lore, Richard Allen menciona a reinvidicação que os egípcios conheciam a constelação como Roh, um carroceiro, ou Lora, as rédeas, mas não discute como primeiramente estes títulos podem ter vindo a ser usados. A representação mais comum de Auriga não inclui a carruagem, mas inclui a cabra-mãe, Capella e seus cabritos, que o cocheiro está segurando.