A Celpe declarou guerra às
ligações clandestinas. O plano para coibir o furto de energia prevê
investimentos de R$ 100 milhões este ano, destinados à instalação de redes
inteligentes de distribuição de energia com o uso de novas tecnologias. As
ações preveem a inspeção de cerca de 130 mil unidades consumidoras em várias
localidades da Região Metropolitana do Recife (RMR), onde os furtos acontecem
com maior frequência. Hoje as perdas de energia no sistema elétrico estimadas
pela companhia totalizam 145 gigawatts/hora, (GWh), o que equivale à capacidade
de geração para suprir o consumo de uma cidade como Garanhuns, com 136 mil
habitantes, durante o período de um ano. Foram mapeadas pela Celpe as
áreas onde ocorrem as ligações clandestinas. Na localidade onde é identificada
a prática de “macacos” está sendo instalada a fiação blindada. Neste novo
sistema, os condutores de energia sem isolamento são envolvidos por uma placa
de aço, dificultando o acesso pelos fraudadores. Outra medida que está sendo
adotada é a elevação a oito metros da rede de baixa tensão em relação ao solo,
para dificultar que pessoas não autorizadas subam nos postes. Associado ao novo
tipo de rede com proteção, a Celpe utiliza a nova tecnologia de medição, com o
acompanhamento à distância do consumo do cliente. Se for identificado o furto,
a distribuidora poderá agir imediatamente, desligando o fornecimento de energia
e deslocando uma equipe de fiscalização para o local. “Se o medidor foi
violado, soa um alarme e o sistema é imediatamente desligado”, diz Luis Jorge
Lira Neto, superintendente de Recuperação de Crédito e Perdas da Celpe. Ele
explica que as ações de combate às ligações clandestinas têm como meta a
regularização de 10 mil imóveis com o consumo clandestino de energia até
dezembro deste ano. Está prevista a instalação de 134 quilômetros de novas
redes isoladas e 40 mil medidores remotos. O executivo da Celpe lembra que o
furto de energia envolve questões de segurança, porque as ligações clandestinas
colocam em risco a população, que fica exposta aos acidentes. Questionado
sobre a localização das fraudes, Lira Neto disse que as perdas e os furtos de
energia acontecem em todas as áreas, mas existem alguns nichos de ligações
clandestinas. “Com a crise econômica, se intensificam os casos de furtos, mas
estamos monitorando e agindo para combater as perdas”, salienta. Atualmente, a
perda comercial da distribuidora com o furto de energia é de 7%. Com o projeto
piloto realizado no Alto do Céu, em Olinda, foi possível reduzir as perdas de
energia e a inadimplência, porque o corte é realizado por controle
remoto. Antes de entrar numa área para fazer a troca da rede elétrica, a
equipe da Celpe faz uma visita à comunidade para explicar os riscos das
ligações clandestinas e pedir a colaboração da população para denunciar a
prática ilegal. É bom ficar atento porque o furto de energia é considerado
crime pelo Código Penal brasileiro, cuja pena varia de dois a oito anos de
prisão. Editor Paulo G. A. Pereira.
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