O estado de PE tem 1049 escolas, mas o número de municípios é
de 185. Portanto, devia haver, no máximo, 370 escolas estaduais para contingência
de despesas. Cidades com dezenas de escolas como Recife consomem a maior parte
do orçamento da Secretaria de Educação estadual. No entanto, cidades pequenas,
por exemplo, Buenos Aires tem alocado duas escolas públicas estaduais. Para se
manter uma escola dessas funcionando faz-se necessário um contingente de
servidores em média de 70 funcionários. Cerca de 30 professores, na sua maioria
efetivos a R$ 3.500,00 cada, 20 professores contratados cada um a R$ 1.600,00,
20 servidores administrativos dão sustentação a cada um desses órgãos. Dividindo
os 650.000 alunos pelas 1049 escolas pertencentes ao estado de PE chega-se a
620 alunos por cada escola, um absurdo. Então, significa dizer que há escolas
do estado com menos de 620 alunos, e são a maioria absoluta em detrimento de
poucas escolas em plena capacidade de 1.500 alunos ou até mais. Todas as
escolas pertencentes ao estado de PE têm em sua infra-estrutura capacidade para
comportar no mínimo 1.500 alunos, com mais de 10 salas de aulas, e essa deve
ser a norma para todas elas. O que se ver são escolas sem cursos noturnos por
falta de alunos, como observo em Nazaré da Mata. Mas, as luzes ficam acesas. Se
o conjunto de funcionários – 50 professores e 2 dezenas de administrativos –
faz-se necessário para deixar funcionando cada unidade de ensino, então toda e
qualquer escola que pertence ao estado de PE oneram o estado com a mesma
despesa. O governador e a Secretaria de Educação são os responsáveis por este
desmantelo e ineficiência da rede estadual de ensino básico. Por exemplo, eu
mesmo lecionava menos que 10 alunos por turma na Escola Prof. Jaime Coelho de
Buenos Aires, era uma constante em quase todas minhas turmas. Claro que nas
outras unidades escolares ocorriam esses deslizes. E o senhor governador não sabe dessa ocorrência? Por onde ele anda?
Ah, ele é inexperiente no cargo. Tudo bem, eu aceito a retórica. O GRE nem quer saber disso, o que importa é a
manutenção do emprego do professor que conseguiu serem empossados por indicação
de prefeitos, deputados ou bispo. Você não sabia? Não adianta o portador de
diploma dominar as disciplinas para as quais ele está capacitado ou de sua
destreza em dominar por completo a disciplina a lecionar. Uma quadrilha de
docentes que dominam a escolar em conluio com o prefeito logo vai mexer os
pauzinhos para tomar o emprego do pobre coitado. Pelo que presenciei na prática
docente, só professores medíocres continuam lecionando em escolas estaduais.
Com a força de políticos mandões eles conseguem driblar o infortúnio de ser
desmoralizado por alunos atrevidos e da laia do diretor, bispo ou sei lá o
quanto existam para roubar nossos empreguinhos que adquirimos tão suadamente.
No interior de PE as quadrilhas dos prefeitos mandam e abusam da facilidade que
podem intervir e aporcalhar a pobre Secretaria de Educação de PE. E não pense
que o descalabro fica só nisso. Contratam-se professores extras para suprir a
demanda de salas de aulas desnecessariamente. Eles mesmos, os sabidinhos dos
professores efetivos do estado recebem de mãos beijadas do governador outro
contrato de emprego, ou por concursos. Mas, a folha de pagamento incha e o
governo não tem grana para dar aumentos a categoria. Não tem porque permitem o
abuso de um mesmo professor ter vários vínculos empregatícios com o estado. É
só acabar com essa safadeza. E dezenas de professores recém saídos de
universidades poderiam arranjar um emprego para sustentá-los. Quem sai
perdendo? Os professores aposentados percebem 35% do salário de um professor na
ativa, isto porque os na ativa são agraciados com o fator fraudulento do “Pó de
Giz”, na casa dos 65% do salário base. Além disso, temos os acréscimos de 20%
ao salário por cada curso de especialização. Acrescente à lista de
gratificações: Ajuda para transporte no caso do professor morar em outra cidade
– às vezes chega a menos de 5 mil metros, ajuda de alimentação, Residência, e
por aí vai longe. Por onde começar a reforma
na Secretaria de Educação de PE? Para valorizar os salários dos professores
faz-se necessário cortar todos esses privilégios extras. O salário ficaria
restrito ao básico, e apenas isso. Cortando o Pó de Giz, faz as contas: 41.000
professores X (65% do salário base R$ 1.913,00), R$ 1.243,45 = R$ 50.981.450,00. Hoje, um professor estadual na ativa recebe
salário total muito maior que R$ 4.000,00. Alguns afortunados chegam a receber
mais de R$ 5.600,00, como eles mesmos me disseram. Um grupinho de 200
professores ganhou a causa de isonomia salarial aos federais e faz uma década
que recebem cerca de R$ 7.200,00. Eu estou dizendo apenas o pouco que sei sobre
essa esculhambada Secretaria de Educação de PE. O que se está planejando é
moralizar e fazer um enxugamento da folha salarial da Secretaria de Educação de
PE equiparando os vencimentos, seja dos ativos ou aposentados, e acabar de vez
com o domínio maléfico da CUT que persistiu por 3 décadas seguidas, inclusive
com o pagamento do dízimo cobrado pela mesma CUT aos professores incautos
estaduais. Editor Paulo Gomes de Araújo Pereira.
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