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domingo, 5 de janeiro de 2014

Monocultura da cana de açúcar atrapalha o desenvolvimento da Zona da Mata Norte

Hoje todos os engenhos estão alugados às usinas de açúcar cuja produção, colheita, plantio, limpeza, adubagem e agrotóxicos são de inteira responsabilidade delas. E as pequenas cidades da Zona da Mata assistem dezenas de ônibus velhos transportarem os cortadores de cana partindo logo cedo às 4 horas e chegando à tardinha. É um dos piores serviços na face da Terra porque engloba semear agrotóxicos – alguns proibidos – poucos dias após o corte da cana, limpeza da área de ervas daninhas, aspiração de carvão durante o corte logo após a queimada e predisposição a um fator cancerígeno na pele devido a exposição ao Sol de 10 às 15 horas, isso quase todos os dias da semana. A maioria dos países fabrica açúcar e álcool seja através da cana, do milho, do arroz ou beterraba. Mas ela está tomando os campos para criação de gado cujos subprodutos ficam encarecidos ou até faltam em certas regiões do globo terrestre. Possuir um automóvel hoje é um luxo, mas devia ser uma necessidade, por exemplo, transporte de doentes para hospitais, lazer e intempéries, porém é criminoso o seu uso para outros fins quando se devia usar, em seu lugar, o transporte público. O problema todo está nas grandes cidades que não desenvolveram um programa de transporte em massa, climatizado – o nordeste do Brasil é uma das áreas mais quentes do planeta, ele situa-se próximo ao equador terrestre e é seco - com ônibus novos ou metrôs, e o individualismo se impetrou covardemente nas capitais. Os políticos deviam incentivar o uso dos transportes públicos na população brasileira com programas que trouxessem prêmios, por exemplo, 20 passagens grátis mensais. Ora veja, isso traria economia ao setor da área energética, qual seja o petróleo de origem fóssil. Hoje se assiste perplexo ao desperdício do valioso ouro negro seja para os ricos levarem os filhos ao colégio e faculdades, visitar amigos, ir ao shopping nas grandes cidades, enfim virou um vício do cidadão como meio de locomoção nas grandes cidades, afinal um grande desperdício de reservas naturais e que não serão repostas. No meu ver as cidades grandes são verdadeiras incentivadoras de consumos exagerados, não pregam a Sustentabilidade, essas grandes cidades consomem praticamente a maioria esmagadora dos recursos ou verbas dos fundos de participação dos municípios, prejudicando as pequenas cidades e os moradores rurais que não têm acesso a água de poço artesiano, estradas bem cuidadas, segurança e postos avançados de saúde.  Os países devem trazer a tona o consumo criminoso do petróleo, criar leis para proibir o uso indevido de seus subprodutos. Os grandes locatários de terras têm um meio seguro de tocarem seus negócios com o arrendamento de suas propriedades às usinas de açúcar, mas por outro lado percebem um lucro irrisório nessa transação comercial barata. Seria melhor que eles partissem para a criação de gado como outros estão fazendo. Na realidade, faltou um interesse da presidência para implantar uma diversificação na agricultura brasileira, pois essas normas deviam vir de lá, e há muito tempo atrás.  Se o preço do açúcar está atrelado à cotação internacional e, por ser extremamente baixo e desvantajoso partiríamos para a comercialização de outros gêneros de produto conforme os atributos dos terrenos. Já está na hora de se plantar Stevea (açúcar natural 200 vezes mais doce que o açúcar de cana) no Brasil, assim teríamos uma disposição de área para pastoreio em torno de 199 vezes mais.  Os salários pagos pelas usinas da Mata Norte ficam aquém do salário mínimo mensal, principalmente nas entressafras que vão de fevereiro a agosto, que para nós não é recomendável, o governo devia bancar o prejuízo dos cortadores com uma bolsa extra. Cidades inteiras ficam penduradas nas moagens de cana de açúcar pelas usinas próximas, de tal modo que todo o comércio deslancha apenas nos períodos de setembro a janeiro, no mais, as cidades tornam-se desérticas, ruas parecendo cemitérios, todos reclusos as suas casas assistindo a Globo, francamente. Tudo isso é um chamariz a ditaduras de prefeitos e sua laias, uma escravidão dos munícipes que assistem indefesos aos desmandos desses aproveitadores. Nem a presidência, nem os governadores, ou o quer que seja não moveram uma palha pela melhoria de vida desse povo pobre. Para governar o Brasil devia-se ter capacidade, formação intelectual, uma predisposição pela coisa pública.  Esse país precisa entrar nos eixos custe o que custar. Sem dúvida, estão faltando políticos pioneiros, desbravadores. (Original do editor Paulo Gomes de Buenos Aires.)             

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