por PGAPereira. Apesar de 81% dos
recursos hídricos monitorados no Brasil estarem em excelentes ou boas
condições, o baixo índice de coleta e tratamento de esgotos faz com que 47% das
águas localizadas em áreas urbanas sejam avaliadas como ruins ou péssimas. A
constatação faz parte do estudo Panorama da Qualidade das Águas Superficiais –
2012, divulgado nesta terça-feira (19/6) pela Agência Nacional de Águas (ANA).Dos
1.988 pontos monitorados em 2010 pela ANA, tanto em áreas urbanas como rurais
75% apresentaram boa condição do Índice de Qualidade de Água (IQA). O estudo
mostra que 6% foram classificadas como excelente, 11% como regular, e 7% como
ruim ou péssima.
A situação é bem diferente quando o
meio analisado é o urbano. Em 47% dos 135 pontos monitorados, a condição da
água analisada foi classificada como péssima ou ruim. A ANA atribui esse fato à
“alta taxa de urbanização nessas regiões e aos baixos níveis de coleta e
tratamento de esgotos domésticos”. Segundo o estudo, 45,7% dos domicílios
brasileiros têm acesso à rede de esgoto. Além disso, o país trata apenas 30,5%
do esgoto que gera.A Região Hidrográfica (RH) do Paraná é a que apresentou
maior índice de pontos com IQA péssimo ou ruim: 61%. É nessa RH que 32% da
carga remanescente de esgotos domésticos do país são depositados. Parte dela é
proveniente de São Paulo, Curitiba, Goiânia e Campinas, e das cabeceiras dos
rios Tietê, Iguaçu e Meia Ponte. Dos 658 pontos com série histórica, analisados
entre 2001 e 2010, 47 apresentaram “tendência de melhora da qualidade de água”.
Desses, 25 estão na RH do Paraná (24 no estado de São Paulo e um no Paraná); 17
na RH do Atlântico Sudeste e cinco na RH do São Francisco. O estudo aponta,
entre eles, rios de grande densidade urbana, caso do Tietê, na cidade de São
Paulo, e o Rio das Velhas, em Belo Horizonte (MG).
O estudo da ANA informa que, de
acordo com órgãos gestores estaduais de recursos hídricos, a causa provável
dessa melhora são “investimentos em ampliações do sistema de coleta de esgotos;
de estações de Tratamento de Esgotos (ETEs), ou o aumento de sua eficiência”.“Por
outro lado, 45 pontos daqueles que apresentaram série histórica revelaram
tendência de piora do IQA”, acrescentou o estudo. Desse total, a maioria (21)
também está localizada na RH do Paraná, e 15 estão na RH do São Francisco.Segundo
o estudo, a piora do IQA nessas áreas se deve ao “crescimento populacional não
acompanhado por investimentos em saneamento, fontes industriais e atividades
agropecuárias e de mineração”. Apesar disso, a ANA avalia que “a retomada dos
investimentos em saneamento ocorrida nos últimos anos já apresenta alguns
resultados”, como a melhoria de alguns desses rios.O estudo foi elaborado pela
Agência Nacional de Águas com o apoio do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) e de órgãos gestores estaduais de recursos hídricos.
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